segunda-feira, 17 de março de 2008

O Pecado Original

A sensação que se tem, em relação às próximas eleições, é a mesma que se experimenta quando se participa num velório. Paira no ar a sensação que a vitória do PS é inevitável. A análise de todos, desde o mais pacato cidadão ao mais experimentado analista, coincide na inevitabilidade da vitória de Carlos César.

Para um observador externo poderá parecer que a oposição açoriana enfrenta um campeão da boa governação. Nada mais falso! Carlos César nunca se distinguiu em nada.

Possui uma preparação académica sofrível (nunca concluiu a licenciatura, o que faz dele o menos qualificado dos membros do seu próprio Governo) e a sua actividade profissional resume-se, quase exclusivamente, à actividade política.

Do ponto de vista político, Carlos César limitou-se estar no sítio certo, no momento certo. Em 1996, o PSD-A decidiu suicidar-se e entregou-se nas mãos daquele que é, para mim, o mais estúpido político da história açoriana.

Álvaro Dâmaso é um péssimo comunicador e um tenebroso estratega. Além disso, sempre esteve destituído de qualquer lealdade ao partido e aos seus militantes. Se a ideia era escolher um coveiro, o PSD não poderia ter escolhido personagem mais adequado.

Com uma liderança destas, os militantes do PSD ficaram na mesma situação que Winston Churchill perante Nancy Astor. Vale a pena reproduzir a história.

No final de uma discussão acalorada, Winston Churchill e Nancy Astor envolveram-se no seguinte diálogo:

Nancy Astor: “Se eu fosse sua mulher, Winston, punha-lhe veneno no café.”

Churchill: “ Se eu fosse seu marido, Nancy, bebia-o.”

O PSD, em 1996, também preferiu beber o café. Doze anos depois, o PSD mudou de receita. Agora prefere tomar um soporífero, com efeito até 2012. Enfim, digam lá se este Carlos César não é um tipo cheio de sorte.