sábado, 13 de setembro de 2008

A Cláudia Cardoso

Procuro na blogosfera informação, mas também divertimento. Antes tínhamos o André Bradford que era um regalo para a boa-disposição. Fosse sobre política, religião, música, cinema ou futebol, os textos do André eram, literalmente, uma desgraça. Nunca li pior comentador político e futebolístico. Num azar do destino, o André deixou-nos enquanto autor independente.

Vasculhei a nossa blogosfera e encontrei um digno sucessor para o André: trata-se do impagável Paulo Ribeiro. De vez em quando passo os olhos pelos seus textos que são, desde o primeiro parágrafo, um acto de bajulação descarada aos seus chefes partidários.

Nunca o vi efectuar um mínimo de autocrítica. Pelo contrário, o Paulo Ribeiro é o primeiro incendiário, o primeiro demagogo, o primeiro fanático partidário de serviço. Os seus textos inserem-se sempre no primitivo universo cognitivo e cromático do preto e do branco.

Sem qualquer vestígio de análise independente e racional, este cronista medievo segue o seu caminho rumo ao Parlamento. Para já não chega lá (5.º lugar), mas com um pouco mais de persistência, talvez daqui a quatro anos veja premiado tanto esforço hagiográfico. Aposto que sim.

Tudo isto a propósito da crítica que o Paulo Ribeiro faz à Cláudia Cardoso. Eu gosto da Cláudia. Gosto da sua maldade intrínseca e competente. Do seu pessimismo inato e da sua inclemência para com todos os indivíduos do universo.

Enfim, a Cláudia é uma espécie de Vasco Pulido Valente de saias. Um momento de crítica inteligente e pessimista em relação à natureza humana que faz muita falta nesta sociedade repleta de falsidades e de salamaleques hipócritas.