terça-feira, 30 de setembro de 2008

O Triunfo da Ignorância e do Fanatismo Partidário

O Luiz Faguntes Duarte é, para quem não saiba, deputado, pelo partido socialista, na Assembleia da República. Se algo distingue a sua actividade política é a sua absoluta irrelevância.

No mais, este sublime representante da nação dedica-se a escrever umas croniquetas para a imprensa regional onde, do alto de um ego literário tão inchado como injustificado, debita umas parvónias sobre tudo e sobre nada.

Sucede que, agora que se aproximam as eleições regionais, o chefe exigiu um pouco mais de empenho propagandístico à clientela do costume, algo que inclui toda a espécie de fauna e flora do regime.

Dentro desta lógica estalinista, calhou a este empedernido parlamentar republicano a tarefa de demolir os programas eleitorais da oposição.

Cruelmente privado da sua hibernação parlamentar, o deputado engendrou um texto demolidor para a oposição. Algo tão definitivo que tornasse inútil uma segunda passagem pelo tema.

Se bem o pensou, melhor o escreveu. Vejam este final de texto totalmente acrítico e nada, nem por sombras!, bajulador para o bunker da ditadura socialista que nos governa: “sem querer ser tendencioso, acho que, de todas as boas medidas, que as há!, que consegui catar junto dos programas dos vários concorrentes, das duas uma: ou já constam do programa do PS, ou então já foram, ou começaram a ser, realizadas pelos governos do PS.”

Tendencioso este texto? Por amor de Deus! Que alma cristã poderá cometer a injustiça e o devaneio de pensar uma coisa dessas deste cronista descomprometido e intelectualmente deprimente?

Afinal, o bom do Faguntes não cometeu o exagero de dizer que tudo, desde a criação do fogo e da roda, é uma invenção socialista. Fico assim esperançado que ao resto da civilização humana não socialista possa vir a ser atribuída a patente de coisas tão importantes como a democracia, a liberdade, a inteligência crítica e a noção do decoro e do ridículo.

Veja, no entanto, o caro leitor a dificuldade em que vive actualmente a oposição política nos Açores. Enfrentamos um regime tão totalitário que até as ideias – todas as ideias – lhes pertencem. Se nunca as escreveram, então é porque já as pensaram (numa verdadeira reincarnação da secular técnica das leis mentais).

Como se pode ganhar a um partido que é liderado por um ser tão excepcional como o que resulta da fusão de personalidades tão extraordinárias como Júlio César (pelo brilhantismo táctico e político), Maomé (o último profeta), D. Duarte (criador da lei mental) e Nostradamus (pela arrojada visão do futuro)?

PS (1) – Não comento a crítica do autor ao PPM (o Faguntes, numa nota de humor de gosto e inteligência muito discutível, refere que já antevê os Açores como campeão do mundo), na medida em que lhe reservo um pequeno TPC prévio: descobrir os países e territórios autónomos inscritos na FIFA que nunca foram campeões do mundo e escrever, na sebenta universitária, a respectiva designação 100 vezes.

PS (2) – Não vale, por exemplo, escrever só Congo. Quero a designação completa do país: República Democrática do Congo.

Boa Sorte!