terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Açoriano Oriental: "Parlamento condena saída de Mário Mesquita de núcleo duro da FLAD"

"O parlamento dos Açores aprovou, por unanimidade, um voto de protesto por o Conselho Executivo da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) deixar de integrar um elemento ligado ao arquipélago.
O texto aprovado destaca que a fundação "tem razão de ser" por causa dos Açores e, em concreto, a presença militar dos Estados Unidos da América (EUA) na base das Lajes, na ilha Terceira, embora nem sempre a região tenha obtido "o justo retorno que lhe cabia".
"Nos últimos anos foram, apesar de tudo, dados alguns passos na superação dessas dificuldades. A nomeação de uma personalidade dos Açores para o Conselho Executivo da Fundação [Mário Mesquita] e a realização, com maior frequência, de iniciativas na nossa região pareciam fazer crer que se tinha atingido um novo patamar no relacionamento da FLAD com a região", sublinha o texto, proposto ao plenário regional pelo deputado do PPM, Paulo Estêvão.
Para os deputados do Parlamento açoriano, a saída de Mário Mesquita do Conselho Executivo da FLAD "constitui uma opção política condenável" e "significou um claro retrocesso no esforço de aproximação e valorização dos Açores que a FLAD vinha desenvolvendo nos últimos anos".
Nas declarações que se seguiram, PSD, CDS-PP e PS reiteraram as críticas a esta opção e dirigiram-nas, de novo, ao próprio primeiro-ministro, Passos Coelho, a quem consideram que cabe a escolha efetiva da direção da FLAD.
Os deputados lembraram, também, que em dezembro tinham aprovado uma recomendação por unanimidade, enviada a Passos Coelho, em que pediam a manutenção de um açoriano no Conselho Executivo da fundação.
Formalmente, cabe ao primeiro-ministro nomear o presidente do Conselho Executivo da FLAD e os membros do Conselho de Curadores, sendo depois estes que elegem os restantes membros do conselho executivo.
Mário Mesquita deixou o Conselho Executivo da FLAD, mas passou a integrar o Conselho de Administração.
O conselho executivo da FLAD, considerado o “núcleo duro” da instituição, não integra nenhum dos membros do anterior mandato, na sequência da designação de Vasco Rato para a presidência.
Jorge da Silva Gabriel, professor auxiliar convidado da faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova e especialista na implementação de sistemas integrados de gestão, e o norte-americano Michael Alvin Baum Jr., professor de Ciência Política em Massachusetts, casado com uma portuguesa e proposto pela da embaixada dos EUA, vão acompanhar Vasco Rato na liderança da FLAD no mandato de cinco anos que agora se inicia.
Criada em 1985, a FLAD é uma instituição portuguesa, privada e financeiramente autónoma, que tem por missão contribuir para o desenvolvimento de Portugal, através do apoio financeiro e estratégico a projetos inovadores e do incentivo à cooperação entre a sociedade civil portuguesa e americana."
In Açoriano Oriental