domingo, 16 de março de 2014

Jornal Diário Insular: "PPM sugere moção de censura ao Governo Regional"

"O deputado do PPM, Paulo Estêvão, defendeu ontem que o Governo Regional está a precisar de uma moção de censura "como de pão para a boca".
Numa declaração política que protagonizou um dos momentos mais acesos dos trabalhos da Assembleia Legislativa Regional, Estevão sustentou que "acabou o estado de graça de um governo que todos os dias nos desgraça".
O parlamentar do partido monárquico frisou as dificuldades graves que considera estarem instaladas na sociedade açoriana, do desemprego às soluções para a juventude, passando pela saúde, para advogar que chegou a hora de exigir ao executivo "resultados".
O debate decorreu ainda com marcas dos acontecimentos de terça-feira, quando PSD, CDS/PP, Bloco de Esquerda e PPM estiveram ausentes da nova votação do diploma sobre o concurso docente, por considerarem o passo ilegal e depois de uma norma desta lei ter sido alterada já em sede de redação final.
Pelo CDS/PP, Artur Lima defendeu que a democracia nos Açores está também em crise e que 17 anos na governação tornaram "prepotente" o poder exercido pelos socialistas. 
Duarte Freitas, líder da bancada do PSD, considerou que, após 40 anos de Autonomia se assiste a uma das "maiores crises do nosso regime".
Afirmou que se observam cada vez mais divisionismos entre ilhas, quando o "adversário está na crise", mas frisou não poder "deixar de nos lembrar quem nos trouxe até aqui". 
Para Duarte Freitas, o problema não pode ser atribuído a quem estava no poder na Região há 20 anos, nem está no Governo da República há três, mas sim a 17 anos de governação socialista.
Já o líder da bancada do PS, Berto Messias, defendeu que o discurso sobre "asfixia" e "falta de oxigénio" democrático é cíclico no Parlamento, acusando a oposição de buscar "provas de vida mediática".
Do ponto de vista de Berto Messias, a postura democrática e de relacionamento do PS face aos partidos da oposição tem sido um exemplo ao nível do país. A Artur Lima, recordou que por várias vezes os socialistas aceitaram e fizeram aprovar propostas populares.
Já para Paulo Estevão, episódios como o de terça-feira só são possíveis em países como a Venezuela ou a Coreia do Norte.
Antes, foi a deputada do Bloco de Esquerda, Zuraida Soares, a apresentar uma declaração política, mais centrada na situação nacional. "Estão registados, nesta casa, os nomes que chamaram ao Bloco de Esquerda e a mim, pessoalmente, quando, numa atitude séria e responsável, em defesa do país e do povo português, o Bloco (aqui como em todo o lado) defendeu a reestruturação da dívida (...) Hoje, para serem coerentes, têm de chamar todos esses nomes a Manuela Ferreira Leite, a Bagão Félix, ao presidente da CIP e da CCP, a Ferro Rodrigues e a tantos outros", defendeu. Não houve reações dos outros partidos com assento no Parlamento Açoriano."
In Jornal Diário Insular